quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A perfect day to lock yourself inside







E à segunda - à Terça - o derby ocorreu, favorável aos da casa, ante um Sporting já sem surpresas, anuladas pela manutenção de uma equipa revolucionada, anulado o efeito que no Domingo, não estivesse o Estádio da Luz a desagregar-se (ah, lãzudo!), ditaria, decerto, um arrojo diverso no lançamento ao jogo com tudo. Tal momentum, porém, foi inteiramente perdido no adiamento da partida - e só a teimosia criativa, por assim dizer, do técnico do Sporting, ditou a insistência numa fórmula cuja grande (única?) virtude era a da surpresa, esvaziando-a assim de qualquer possibilidade tangível de sucesso. Mais do que a questionável inclusão do recém-chegado Héldon na equipa principal (Héldon que até foi dos menos maus em campo), o reiterar da aposta numa frente de ataque com 2 pontas-de-lança, mais desguarnecendo o meio-campo encostando André Martins à direita, revelou-se uma aposta sofrível, que nunca esteve perto de dar certo. Como se não bastasse não ter dois habituais titulares ao dispor, na lateral esquerda (Jefferson) e na vital posição de trinco (William Carvalho), Jardim optou por insistir numa aposta que só poderia colher pela surpresa. Desfalcado desta, porque revelada a priori, por entre bocados do Estádio, Jardim achou que não havia nada que reajustar a estratégia - e que mal o achou, que não acertou inclusive com meia das substituições que operou (a segunda, então... Magrão?).

Não é raro que a tentação de transfigurar a equipa antes de um jogo importante ocorra a um treinador. Parece que já vê as manchetes do dia seguinte, justamente apontando-o como um mestre, um visionário, um mago que tira coelhos da cartola como quem sabe lá bem. Por norma, porém, é o contrário. Jesus que o diga, que já por várias vezes resolveu inventar, por norma em desafios internacionais ou contra o FC Porto, quase sempre dando-se mal.

Se ainda há um problema de identidade no Sporting, tal é precisamente o de a reformular ao primeiro desafio grande. Não incidentalmente, veja-se a menor preponderância da cantera nesta partida. Wilson Eduardo, por exemplo, que vem sendo mais o consistente extremo ao longo desta época, não jogou nem um minuto. Possa Jardim aprender com o erro flagrante - e lá terá que ser o Olhanense a pagar a factura. Hoje, de qualquer modo, com as barbas de molho e um nevoeiro sebastiânico, just a perfect day to recollect.

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