quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Alvalade do Magrebe

Meus resultados dote com.endo na juba, vá que no caso do jogo de Olhão ante um Sporting?, os leões de Alvalade (de Portugal) juntaram-se aos do Atlas marcando passo - estes no seu arranque na vigente Taça das Nações Africanas, CANeca continental (e logo contra as...águias de Cartago), aqueles na Liga Zon Sagres (vulgo vernáculo campeonato). Dose dupla ANTibolista, leonina ressaca e a sintomatologia bastante de ter sido o tento de honra Marroquino apontado por um ex-...Lourinhanense-Sporting-B, ó faz favor sô Edward Norton de pegar na dica a propósito do propalado regresso das equipas secundárias!
Da conectividade Magrebina em questão nos duelos apontados aqui se titula (do verbo, ó ciência!): de Alvalade ao Magrebe via Algarve, (...)

Che Nascimientti vs Co Adriaanse

Muito bem, parece que finalmente começa a haver movimentações antibolistas que não partem dos suspeitos do costume! Saúdo este re-Nascimento com prazer, esperando que a pólvora não tenha secado e que os canhões estejam prontos a disparar.

Por respeito, abstenho-me de comentar a presente situação do Sporting, pois não quero ser mais um a bater no ceguinho (que, diga-se, além de cego está também coxo, tuberculoso, psicótico e com tendências suicidas). O que se passa em Alvalade não é novo nem recente; tem a ver com problemas estruturais sérios, que se arrastam desde o tempo do Cintra e que parecem ter sido ligeiramente minorados apenas durante a gestão Roquette.

Por outro lado, não posso deixar de comentar a declaração bombástica com que o camarada Nascimientti concluiu a sua primeira intervenção. A admiração que “El Mago” desperta no nosso colega justifica-se plenamente dada a sua preferência clubística e as recentes exibições do argentino. Porém, saltar daí para uma máxima generalista sobre o futebol moderno parece-me demasiado arriscado. A primeira coisa que me ocorreu ao ler tal depoimento foi: Co Adriaanse!

Apesar do técnico holandês nunca ter sido bem aceite nem compreendido em Portugal, inclusivamente pelos adeptos do Futebol Clube do Porto, convém recordar que este treinador, em apenas uma época (e pré-epoca seguinte) ao serviço dos Dragões, conquistou o Campeonato e a Taça de 2005/ 2006, logo após uma época desastrosa para o clube. Infelizmente, muitos preferem recordar a prematura eliminação na fase de grupos da Champions, às mãos do modesto Artmedia ou as duas derrotas para o campeonato face aos rivais da Luz. Os seus críticos e os de má memória atribuem esses desaires à sua tática “suicida” dos 3 centrais ou à sua insistência em deixar no banco craques como Diego ou Quaresma. Esses argumentos são, porém, falsos. A referida tática do 3-4-3 apenas começou a ser aplicada na equipa a partir do mês de Fevereiro, após uma primeira volta sofrível com o clássico sistema dos 4 defesas. Foi também nesta altura que Quaresma se afirmou definitivamente como titular, jogando ao seu melhor nível de sempre – fez-lhe muito bem a série de jogos no banco. Paralelamente, foi com esta alteração tática que Diego saiu da equipa, sendo rendido pelo jovem Raul Meireles.

Diego era visto por muitos como o génio, o mago, o artista, o habilidoso, o cérebro, a inspiração, enfim, todos esses adjetivos poéticos que são geralmente atribuídos ao clássico nº 10 de qualquer equipa. Porém, apesar do reconhecido jeito que o puto reguila brasileiro tinha para jogar à bola, a eficácia do jogo coletivo ficava profundamente prejudicada na sua presença. O puto fintava mas não defendia, assistia mas não recuperava, marcava golos mas não pressionava. Pelo contrário, Meireles enchia o campo, dava músculo e dinâmica à equipa, ajudava a unir os setores e aproximava os médios dos avançados. O resultado dessa mudança, chocante para alguns, foi a fantástica série de 14 vitórias consecutivas com que os azuis e brancos terminaram a época (uma delas em Alvalade, garantindo praticamente o campeonato face ao Sporting de Paulo Beiças que, nessa altura, lutava e bem pelo título), arrebatando os dois principais troféus nacionais. Moral da história: é fixe ter um 10 e um ídolo que faz magia em campo… mas é melhor ser campeão!

O que enche os estádios não são as jogadas fabulosas de um génio, mas sim as vitórias e os títulos coletivos – basta olhar para a época passada, em que o Estádio do Dragão registou uma média de ocupação superior a 90%! Os títulos, no futebol “moderno” altamente competitivo, conquistam-se com um esforço coletivo, tanto a defender como a atacar, do qual TODOS, até as estrelas, têm de fazer parte. É por isso que qualquer equipa que tenha ambição de vencer provas nacionais ou internacionais tem de preocupar-se, em primeiro lugar, em garantir um box-to-box, ou um 8, como preferirem, que dê garantias de sucesso. Se ele for um artista, tanto melhor! Há alguns Nº 10 que conseguem ser assim: um 6, um 8, um 10 e até um 9, simultaneamente. Aimar não será um desses casos, mas havia um certo nº 10, que fintava com os dois pés, que era até melhor que o Pelé… Ah, pois! Era o Deco, olé, olé! (Zinedine Zidane seria um exemplo demasiado óbvio, não?)

Bem, esta dissertação já vai longa, pelo que termino, deixando apenas algumas perguntas no ar (já quês estamos ativos, há que aproveitar): que seria de um Aimar sem um Ramires ou um Witsel? Algo parecido com o Aimar da época passada? E quantos títulos ganhou? E quantos estádios encheu? Que seria do Messi sem o Xavi e o Iniesta? Algo parecido com o Messi que joga na seleção argentina? A Espanha precisa do génio para ganhar títulos mundiais? E, já agora, quantas equipas venceram uma competição europeia este século jogando com um Nº 10 clássico?